Hier dokumentiere ich meine persönliche Erklärung „Zypern, Irland, Portugal: Rettet die Menschen, nicht die Banken“ auf Portugiesisch. Declaração a título pessoal de Christine Buchholz, Grupo Parlamentar DIE LINKE (A Esquerda), de acordo com o § 31 do Regimento do Parlamento Federal Alemão em relação às propostas apresentadas pelo Ministério Federal das Finanças sobre os empréstimos a Chipre e as propostas de prolongamento de período de vigência para os empréstimos para a Irlanda e Portugal.
Hoje irei votar contra as quatro propostas apresentadas pelo Ministro Federal das Finanças, Senhor Wolfgang Schäuble. Na realidade, as chamadas ajudas financeiras não revestem a favor das populações dos países afetados. Elas são apenas úteis para os bancos e consórcios e encontram-se associadas a enormes devastações no sector social.
O pretendido furto dos saldos das contas de poupança dos cipriotas conduziu a protestos em massa em frente ao Parlamento. Os manifestantes entoavam em coro que: „Seja a Grécia, o Chipre ou a Turquia – o inimigo encontra-se nos bancos e nos ministérios.“
A enorme resistência conduziu a uma vitória parcial para os trabalhadores: poupanças inferiores ao montante de 100.000 Euros foram isentadas. Porém as condições vinculadas à atribuição de empréstimos afetam sobretudo a população mais debilitada. À semelhança do que já tinha sido proclamado para a Grécia, Irlanda, Portugal ou Espanha, deverão, no Chipre, ser abolidas as conquistas sociais, efetuadas economias nos serviços públicos, reduzidos por forma radical os salários e as reformas e privatizados o património público e as infraestruturas.
Supostamente o Chipre é uma agência de branqueamento de dinheiro para oligarcas russos. Mas por que é que para tal devem ser penalizados os simples cidadãos do Chipre? Facto é que, durante muitos anos, consórcios europeus e especuladores tiraram proveito dos altos juros e das reduzidas taxas de impostos. Porém todos eles saíram ilesos. Empresários cipriotas, membros do governo e tubarões financeiros internacionais transferiram na fase inicial que conduziu ao encerramento do segundo maior banco de Chipre, pelo menos 4,5 mil milhões de euros para o estrangeiro. O interlocutor para negociações com o Governo Federal da Alemanha, o conservador Presidente cipriota Anastasiades bem como vários membros do seu Governo estão envolvidos neste escândalo. Todos os beneficiários do dumping fiscal existente até à data conseguiram escapar. A UE cobre esta fuga criminosa de capitais causadora do país continuar a desfalecer.
Adicionalmente critico ainda o facto do Governo Federal da Alemanha abusar dos empréstimos para colocar Chipre sob pressão e obrigar o país a participar no programa da OTAN „Partnership for Peace“. O objetivo da UE é conseguir a adesão de Chipre à OTAN – contra a vontade da maioria da população cipriota.
Também em relação a Portugal e à Irlanda, o prolongamento das atuais linhas de empréstimo só são aprovadas sob condição de que os respetivos governos mantenham as devastações aprovadas para o sector social. Contudo em Portugal, graças à pressão exercida pelos sindicatos, o Tribunal Constitucional classificou de anticonstitucionais várias medidas integrantes do pacote de austeridade. Tal é o caso dos cortes financeiros previstos para os subsídios de desemprego, as reformas e os serviços públicos. Porém este facto é negligenciado tanto pelo Governo Federal da Alemanha como pelo Ministro Federal das Finanças, Senhor Wolfgang Schäuble e pela troika constituída pela UE, FMI e BCE.
Manifesto a minha solidariedade para com as populações de Chipre, da Irlanda e de Portugal que se opõem ao programa de empobrecimento exigido pela troika. Foi este o motivo que me conduziu a votar hoje contra as propostas apresentadas pelo Governo Federal da Alemanha.
Christine Buchholz, 18 de abril de 2013
Christine Buchholz, Deputada Federal do Deutscher Bundestag (Parlamento Federal Alemão), Porta-voz para a política de paz do grupo parlamentar do partido, DIE LINKE (a Esquerda) .